4 de jul. de 2015

Sobre ser você mesmo


  Eu sempre me vi como uma pessoa diferente. Nem melhor, nem pior... apenas diferente. Ai então você vai me dizer: Mas é claro, todo mundo é diferente! E então eu lhe respondo: A maioria é diferente, mas ainda assim segue um fluxo de padrões que eu nunca me vi imersa. Sempre fui a menina magrela, tímida, quatro olhos com cabelos encaracolados e douradinhos. É claro que não seria tão fácil achar um lugar para me encaixar com essas características físicas intituladas como "estranhas" pela sociedade. 


  Assim eu passei a minha infância, sendo uma pessoa no colégio e outra em casa. No primeiro local eu não me desenvolvia socialmente. Eu conversava com amigas restritas e me sentia meio agoniada ao conversar com aqueles que não me eram tão familiares, não era espontâneo para mim. Em casa, com as amigas de infância, era totalmente outra pessoa: Ria alto, fazia piadas, sugeria temas de conversas e brincadeiras. Era um lugar sem preconceitos, só eu e minhas melhores amigas desde bebê. 
  Mas, como todos, continuei a crescer e o cabelo parecia ainda mais rebelde, as espinhas brotavam e o óculos engrossava. Ainda era uma menina diferente, que não pensava em garotos, mas em uma diversão meio infantil. Que esperava as colegas quando elas paravam para amarrar os sapatos enquanto todas as outras continuavam seguindo adiante. Que só se ligava realmente a uma ou duas amigas, enquanto os outros mantinham seus enormes grupos de amizades e uma "pompa de popular". 
  Finalmente havia chegado na adolescência. Um período em que as meninas só falam de festas e os meninos de bebidas. Ainda que fosse proibida de ir às festas, adorava ouvir as histórias que minhas colegas mais velhas contavam. Mesmo assim, me mantinha firme no pensamento de não "ficar" com ninguém que eu realmente não gostasse (o que era muito recriminado como coisa ultrapassada pelas pessoas que me cercavam). Havia então alcançado os 14 anos sem nunca namorar, ficar e até mesmo beijar, mas ainda sem pressa alguma, com uma mentalidade muito madura para a minha idade mas com trejeitos e pensamentos meio infantis e brincalhões. 
  Eis que finalmente meu príncipe encantado apareceu. Ele não se importava com os meus óculos grossos, com meu vício por música, com minhas manias estranhas e com meu jeito tímido de ser. Também não ligava de meus pais serem meio rigorosos e nem para os pensamentos de seus amigos sobre mim. Eu já o olhava secretamente, desde bem pequenininha, mas nunca tive coragem de me dirigir à ele. Aí então, literalmente do nada, em um caso do destino, nossos grupos de amizade (éramos todos do mesmo prédio) se encontraram. Percebi que ele lançava piadas dirigidas para mim, buscava sempre um lugar perto para sentar e outros indícios que ia captando pelo caminho. Mas quando eu parava e refletia sobre nós dois me vinha aquele pensamento: Não é possível. Ele, gostando de uma pessoa como eu? 
  Mesmo me rebaixando à esse pensamento, tudo deu certo. Como força do destino estamos juntos até hoje, 4 anos depois. Eu com 18 (quase 19!) e ele com 22. 
  Com tudo o que eu falei nesse textinho, a mensagem que eu gostaria de passar para vocês é a seguinte: Nunca abandone o seu jeito de ser. Se você está satisfeita com a sua aparência e seus trejeitos, maluquices e brincadeiras, não os altere! As surpresinhas estão espalhadas pela vida e quando você menos esperar alguém, que realmente goste de todo o pacote que vem junto de você, aparecerá e te amará de um jeitinho realmente especial. Todo mundo precisa trabalhar as suas imperfeições e problemas, mas isso não quer dizer que é necessário o uso de uma máscara para escondê-las ou para alterar o seu modo de ser. 
   Seja autêntico, faça o que ama, abra o coração, aceite as mudanças e diferenças, se prenda ao futuro e não ao passado! E, mais do que qualquer outra coisa, se ame! Aceite seu cabelo, corpo, jeito, mania ou mude-o até ficar satisfeita! Se você está bem com a sua vida, não a altere por capricho dos outros ou para impressionar alguém! 
   Hoje, eu ainda sou a menina tímida e um pouco estranha, com gostos variados e diferentes do padrão. Também mantenho meu cabelo cacheado (beeeem menos rebelde do que antes!) e continuo usando óculos! Sou daquelas pessoas que tem poucos amigos de verdade e que não gosta muito de multidões. Sou basicamente a mesma pessoa que sempre fui, com apenas uma diferença: Eu aprendi a me amar e aceitar! 
  Essa é a mensagem que gostaria de passar para vocês, e desejar também a maior e melhor sorte do mundo em suas caminhadas! <3 



3 comentários:

  1. Que história linda de vocês dois. Amei esse texto era tudo que eu precisava ler, eu também sempre fui a estranha da escola com cabelos cacheados, óculos.. a diferença é que sempre fui gordinha. Com isso eu criei uma barreira que não deixava ngm se aproximar, meus melhores amigos sempre foram meninos porque eles não ficavam falando que eu tinha que seguir um padrão e tal, mas quando o assunto é namorar, ficar... é ainda bem complicado pra mim. Não sei explicar mais é tipo um complexo de inferioridade que não me deixa acreditar que ninguém gostara de mim, sabe? E enquanto não aparece alguém que mude isso eu tô por ai (provavelmente atras de um livro). Beijos e muitas felicidades pra vocês ♥

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    1. Eu acho que sinto, ainda hoje, esse "complexo" que você falou. Muitas vezes me vejo imersa em um circulo de amigos que gostam de coisas que eu não gosto e acabo me auto-excluindo, achando que, pelos meus gostos distintos, não estou sendo realmente aceita por esse grupo. Eu criei esse blog com o intuito de achar pessoas com interesses semelhantes aos meus e é bom ler um comentário como o seu! Como eu disse no texto, a vida é cheia de surpresas e, quando você menos esperar, alguém vai gostar e te aceitar da maneira que é. Adoro os seus textos e sempre me identifico com suas postagens! É bom saber que se identificou com uma das minhas! <3 Muito obrigada pela força e qualquer coisa estamos aí! <3

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